terça-feira, 24 de abril de 2012

Coleções


Acabei de ver uma foto na rede social com a coleção de marcadores de livros de uma garota. São tantos, infinitos, incontáveis pra mim, mas 543 lindos e inconfundíveis marcadores pra ela. Que eu recorde nunca fiz coleções de objetos, mas conheço colecionadores que vão desde latinhas vazias de refrigerantes, de canetas esferográficas de escrita fina, de vinis antigos, cds, esmaltes, adesivos, gibis, brinquedos, dvds, agendas, calendários, botões, caixas de remédios, peças de bicicletas, enfim, pessoas que fazem questão de exibir suas lindas e inquestionáveis coleções. 

A única coleção que tenho é a de amores, aliás, de desamores. Tem o que esqueceu de me ligar, o que ligou dizendo estar com dor de cabeça, o que nem ligou pra dizer nada, o que veio e foi embora em seguida, o que me deu carona e me deixou antes da parada certa, o que me disse sim e depois disse não, o que disse não e depois de esnobar quis voltar, o que dançou comigo e depois não quis mais, o que nem me chamou pra dançar, o que riu de mim, o que fechou a porta do elevador, o que me trocou por outra na minha frente, o que beijou outra pelas minhas costas, o que me iludiu, o que fingiu me amar, o da infância, o da adolescência, o adulto, o estrangeiro, o brasileiro, o motoqueiro, o poeta, o rockeiro, o que filava da minha prova e depois não lembrava meu nome, o vizinho que nunca me via, o cara do trabalho, o que deixou meu número de telefone na capa do seu livro predileto e nunca me ligou, entre outros.

Exibo, não muito orgulhosa a minha coleção de desamores, acho que nunca colecionei nada além disso. Acumulo desamores buscando amor de verdade, talvez no meio de tanta bagunça, um dia eu me depare com uma peça rara.

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