"Não nos conhecemos desde criança, nunca brincamos
juntos, já nos conhecemos quase adultos, cheios de responsabilidade, diante do
vestibular de nossas vidas, escolhendo o que deveríamos fazer para sempre. Na nossa sala, certamente não éramos nem cogitados a ser melhores amigos, trocávamos
uma conversa ou outra, uma folha de caderno, um livro, uma questão de física e no fim, alguma outra coisa que não uma dessas, nos conectou. Agora trocamos pormenores
de nossas vidas, segredos, desejos, deslizes e o melhor de tudo é não saber
onde e como isso se deu.
Amigo que fica por querer, que cuida por gostar, que
pergunta pra saber por onde vai e como está. Ele não mora na minha rua, ele não
me conhece desde que nasci, mas sabe mais do que qualquer outra pessoa que
esteja por perto, reconhece meus sinais de tristeza ou alegria, me manda mensagens
no meio da noite ou do dia, assim, sem datas comemorativas comerciais em vigor ou muito
menos por obrigação, mas por carinho.
Ele não mora na minha rua, mas é como se fosse.”
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02 de outubro de 2012
Texto dedicado.