quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Tá na cara

"Ela falava sem parar, não tinha vírgula em seus pensamentos e em nenhum momento passou pela sua cabeça que eu não quisesse saber o que estava acontecendo com ela ou com o Dom. Em alguns instantes parecia apenas aquele tipo de mulher que fala pelos cotovelos e faz amizade facilmente com pessoas estranhas, mas em outros instantes ela parecia apenas ter sido enviada para me enraivecer e lembrar que o Dom existe – como seu pudesse esquecer - e ainda perambula por aí, que corro o risco de encontrar com ele nas esquinas da cidade, mesmo que ele tenha se mudado para São Paulo ou sei lá pra onde. Definitivamente eu não queria pensar nele, ainda que minha face demonstrasse o contrário, como o Lugi percebeu. 
Ah, o Lugi interrompeu a garota falante, me abraçou e por fim deu-me sua benção. 
Eu só queria um café e acabei tendo uma enxurrada de lembranças, talvez isso me faça escrever, pensei."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você pode entrar na conversa...