quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Você gosta de mim

Você me repetiu esta frase algumas vezes durante o dia. Todos saíram e nós ficamos, ficamos juntos, ficamos a sós, ficamos. E eu resistindo e me escondendo sem sucesso (você lê mentes, só pode ser. Ou eu finjo muito mal). Pegou com força nas minhas pernas que no momento estavam cruzadas, e repetiu "você gosta de mim", em tom de afirmação, de certeza, de convicção e eu nem me preocupei em desmenti-lo, mas também não confirmei, apenas sorri meio sem jeito, devo ter ficado vermelha.
Não nego que você causa um certo tipo de encantamento a minha pessoa, gosto de te ouvir e ver simplesmente por gostar de te ouvir e ver. Você faz referências históricas de algum personagem da mitologia grega, ou me fala das cilindradas da moto e do modelo novo de videogame que saiu no mercado, isso não me interessa de fato, mas me interessa prestar atenção ao que sai da tua boca. A tua pose intelectual e depois a tua cara de menino ao confessar que coleciona carrinhos de controle remoto. Desse tamanho, tão grande e másculo e firme e os olhos e a boca muitas vezes surgem como os de um pequeno garoto solto num parque de diversões.
Mas você nunca vai saber o quanto eu gosto de você assim, te admiro em segredo (não tão segredo assim, você já sentiu), mas você nunca terá certeza disso.
Agora em tom de interrogação você me pergunta:
_Você gosta de mim?
Eu respondendo nos meus sonhos:
_Sim. Muito. E você nunca alcançará o quanto

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