domingo, 4 de dezembro de 2011

Boa noite, Jô Soares

Resolvi dormir na sala, levei meu colchão até lá e fui buscar companhia na tv esta noite. Deixei a porta da sala aberta para o vento passar, deixei a tv num volume em que eu pudesse ouvi-la mas não muito alto, passavam as entrevistas do Jô Soares. Eu queria te esquecer mas algo me fez lembrar você.

Me aparece justo esta noite como entrevistado do programa o Luís Fernando Veríssimo, escritor gaúcho. O sotaque é parecido com o seu ou será que estou a ouvir coisas? E cada vez que eu ouço o nome da cidade de Porto Alegre, me vejo triste porque você está lá e eu aqui, bem longe de ti.

Eu só queria te deixar na memória das paredes do meu quarto esta noite e ir dormir na sala sem você, mas nem a tv me deixa descansar e te desprezar e esquecer que Poa existe e que você existe. Nessa mesma noite ainda sonhei com os nossos encontros e nem as paredes da sala silenciaram ao meu sinal de tentativa de esquecimento, a tua existência não é tão irrelevante assim.

Vou providenciar um chá, quero logo encontrar o sono, desligar então a tv, dar um boa noite pro Jô Soares, mesmo que eu tenha certeza que ele não vai me ouvir, apenas sumir ao sinal do controle remoto. Mas não é culpa dele que Poa traga bons escritores para o mundo e que Poa tenha trazido esse cara pra minha vida, só é longe demais. Vou dormir que é melhor, já estou delirando, converso com a tv.

Boa noite Jô Soares!

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