ALÉM DO OCEANO QUE HÁ
Somos desconhecidos unidos pelas palavras, apesar do oceano que há entre nós, apesar de todas as nossas diferenças ainda assim encontramos um elo: as palavras. Leio as suas opiniões atentamente e sei que também lê as minhas, mesmo que sejam divagações e poemas, levamos tudo a sério e depois rimos de tudo.
Escrevemos sobre a vida, sobre o amor e sobre o que ele já nos fez sentir, sobre os nossos sonhos e daí somos personagens, saídos de nossas cabeças e de nossos corações quando e como nos convém. Confundimos por muitas vezes vontade com poesia e sonho, idealizamos e somos idealizados por mérito da perfeição - “podemos ser quem quisermos” alguém disse, “só você pode ser quem quiser, porque você é infinita”, o outro discorda.
No final somos poemas, palavras colocadas nos devidos vazios e que nos preenchem fazendo sentido agora. Fazem-nos florescer e nos coloca diante do espelho, às vezes nos provocando o efeito contrário e deixando mais espaços em branco, mas, ainda assim nos fazendo voltar.
Temos as palavras ainda por uma vida inteira e teremos um ao outro, amigo, enquanto todas elas puderem nos unir, além do oceano que há.
P.S.: Esse texto foi escrito 21 de dezembro de 2011, em homenagem a uma pessoa querida, um amigo. Não se faz necessário que eu diga seu nome, ele sabe quem é. E quando ler terá a certeza de que não o esqueci porque amigo não se esquece, se guarda no coração. E que esteja bem onde estiver. Um abraço. Att.
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