Já aceitei o seu convite pra sair. Acho melhor não, mas sabe como é que é essa coisa de ter amigos cupidos e que não estão interessados na sua opinião, o que não impede que você seja uma pessoa interessante porque gosta de ouvir reggae e tocar violão, gosta de literatura e sei lá mais um monte de coisas que eu também gosto. Acho melhor não, mas vamos sair assim mesmo.
Você chegou pontualmente, as horas no relógio a partir de agora não importam mais até que você se torne uma péssima companhia. Encaradas, silêncios entre as palavras e enfim percebo o charme que você traz com tanta fluidez e tudo mais o que poderia me convencer a querer ficar facilmente com você e ainda assim eu resisti... Melhor não.
Gastou todo o seu vocabulário em diferentes tons de voz, que vão do mais grave ao mais firme tentando me convencer do contrário, usando todas as dicas de "assuntos interessantes" que meus amigos o deram para me convencer de que eu preciso aceitar sua companhia agradável e esquecer tudo... Melhor não.
Sorriu mais e as mãos se encontraram em cima da mesa de bar. Ouço risadas longas e masculinas no balcão e acredito que falta uma boa música como trilha sonora pra sobrepor esse barulho, mulheres preferem o som de uma boa música, homens nem reparam... Melhor não.
Chegou mais perto ainda, sussurrando algo como "Estou aqui, não estou. Com você." e aquilo fez com que meus pés não encontrassem mais o chão embaixo da mesa, saiu um sorriso sem querer, o que demonstrou o meu interesse latente e então deixei, baixei a guarda depois de suas incansáveis tentativas de convencimento e em alguns instantes de silêncio, antes que eu me declarasse por vencida... Fui beijada. Poderia ter recuado, o impedido e ter gritado "melhor não", mas dentro de mim eu repetia "melhor sim", "agora sim", "sim".
Não perco mais tempo com covardes preguiçosos e obrigada aos meus amigos cupidos. As vezes só é preciso um empurrãozinho, não é mesmo.
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