“Porque me faz falta até o teu
silêncio, aquele clássico, que você costuma iniciar quando eu dou partida numa
de minhas histórias minuciosamente longas e cheias de ação, com instantes imprevistos;
porque me faz falta teus comentários cheios de ironia; porque me faz falta o
teu nariz em pé; porque me faz falta a tua olhada por sobre os óculos e o
sorriso de quem pode evitar a catástrofe de alguém tomar café sem açúcar; porque
me faz falta as tuas observações, alheias e simultâneas as conversas na mesa -
uma habilidade até; porque me faz falta as tuas histórias de professor; porque
me faz falta saber dos teus anseios; porque me faz falta saber o que se passa
dentro desse coração discreto;
Porque me faz falta, então protesto
com breves escritos, reivindicações da amizade, saudade ou coisa assim, porque
sei que teu silêncio é o trabalho em excesso. Mas você não sobreviveria se não
fosse por esse excesso silencioso das obrigações de um homem responsável e ocupado,
não mesmo.”
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